Deberton Filmes
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Do curta ao longa, a trajetória da atriz

Depois da temporada em Fortaleza e da experiência com o grupo de Hiroldo Serra, Débora Ingrid voltou para Russas.

Depois da temporada em Fortaleza e da experiência com o grupo de Hiroldo Serra, Débora Ingrid voltou para Russas. Ficou sabendo da procura de atores para integrar o elenco do curta-metragem Doce de coco, de Allan Deberton. “Ela foi na minha casa e disse que estava com vontade de fazer o filme. Na mesma hora achei que era ela quem eu estava procurando. Até disse que daria a resposta depois, mas, assim que a vi, achei que era ela”, lembra Deberton.

A escolha deu certo e ela arrastou quatro prêmios de “melhor atriz” com a atuação. Em Doce de coco, Ingrid empresta sua meninice para Diana, filha de uma família que vende cocadas. “A melhor coisa que pode ser dita sobre ela é a simplicidade. A ausência de vaidade”, avalia Sidney Souto, que contracena com a atriz no curta. “Ela está interessada em trabalhar no filme, na peça de teatro e isso dá a ela um conteúdo na hora de interpretar que é muito maior que a vaidade. Tanto que vou produzir um filme e ela já está escalada. Na verdade, ela nem sabe disso ainda”, adianta o ator.

E foi por intermédio de Deberton que Camilo Cavalcante conheceu Débora Ingrid. “Tinha na cabeça outras atrizes para interpretar a Alfonsina. Vim até Fortaleza pra fazer o teste e não tive nenhuma dúvida. Ela tem um talento nato”, elogia Camilo. Para dar vida à personagem, Débora Ingrid teve de perder quatro quilos. “Eu precisava de uma atriz que quanto mais mirrada melhor. Fizemos um laboratório muito intenso para ela interpretar uma moça sertaneja. Lá ela se dedicou aos afazeres de uma menina que tem que cuidar de casa, das pessoas, dos bichos”, explica o diretor. Depois de filmar dois meses no sertão e sem conhecer ninguém, Débora Ingrid conta que foi muito desafiador encarar o projeto. Mas, quando ela viu que aquele frio na barriga voltou a aparecer, se entregou e fez a melhor Alfonsina que conseguiu. Curiosamente, a primeira vez que ela recebeu um prêmio em mãos foi no mês passado, em Paulínia. Nas outras vezes que concorreu, as dificuldades financeiras impediram a viagem. “Eu fui (para Paulínia, a convite da produção do festival) por que queria ver o filme, que ainda não tinha visto pronto. Nem pensava em premiação”, comenta a atriz, ainda mais satisfeita por ter dividido o prêmio com as outras duas colegas do longa. “Mostra que demos uma unidade ao filme, às personagens”.

Agora Débora divide o tempo entre o curso de teatro da UFC e o grupo Comedores de Abacaxi Sociedade Anônima. Morando na residência universitária, onde recebeu O POVO para esta conversa, ela dedica boa parte do próprio tempo aos estudos e, sempre que pode, vai passar um tempo em Russas, onde não perdeu o contato com a Oficarte. “Acho que, quando estou lá recebendo um prêmio, estou levando todo o grupo comigo. Isso deixa tudo maior ainda”. A propósito, foi com a mãe a primeira comemoração pelo prêmio em Paulínia. “Eu liguei pra ela de lá e só escutava os gritos pelo telefone”, diverte-se.