O artista Zé Clayton é um personagem da infância de muitos. Mesmo que o rosto dele não seja necessariamente conhecido, Clayton se fez presente por meio da cadela Priscila da TV Colosso, do Burro Falante do Sítio do Picapau Amarelo, do pitbull Sadam do Casseta e Planeta e tantos outros bonecos conhecidos da TV. O experiente ator, diretor e manipulador integra agora o projeto Avenida Q, primeiro musical da Broadway produzido no Ceará. Com estreia marcada para 2 de julho deste ano, a obra está em processo de seleção de elenco.
“É mágico poder misturar o ator com o boneco. Ver a expressão do boneco no rosto do artista e vice e versa. A manipulação mexe com a realidade com sutileza e graça”, afirma Clayton, que desembarca em Fortaleza em abril, quando dirigirá os artistas cearenses. Para o manipulador , os artistas do Avenida Q terão um grande desafio, pois eles estarão em cena, mostrando o rosto e o corpo junto aos bonecos. “Eles têm de fazer o público enxergar o ator e o boneco como uma coisa só”.
Com extenso currículo, o “pai da Priscila” foi responsável pela primeira adaptação do Avenida Q no Brasil. Ele coordenou a manipulação na produção carioca em 2009. Para ele, é sutil a diferença entre a manipulação feita para crianças e a feita para adultos, como é o caso do musical em montagem no Ceará. “A técnica e a forma são as mesmas. O que muda é o jeito de fazer graça, a malícia”, destaca.
Tendo trabalhando também em programas como Bambuluá, infantil comandado por Angélica, e Turma do Didi, Clayton conta que a situação dos bonecos na TV hoje é diferente. “As emissoras tão investindo menos em programação infantil. Não tem mais interesse, não é comercial”, afirma. Para ele, a solução para a carreira dos manipuladores tem sido investir em sitcoms e outros produtos de comédia. Os últimos trabalhos dele foram no Zorra Total, como o Orangotango Silva, e como o boneco de Lionel Messi, sucesso durante a Copa do Mundo 2014.
Broadway no Ceará
“Apesar de o musical ser com bonecos, não é exatamente para crianças. É um espetáculo muito divertido, mas trata de alguns temas cabeludos, como racismo, homossexualidade e outras situações em que o espectador vai se identificar”, conta Allan Deberton, produtor da montagem cearense. Destacando ser o espetáculo inspirado em Vila Sésamo, Allan afirma que os bonecos trazem leveza aos temas apresentados.
Sucesso na Broadway desde 2003, Avenida Q conta a história de Princeton, um jovem que sonha em morar na Avenida A, em Nova York. Por não poder pagar, ele acaba indo parar em avenida mais afastada, a Q. Na região periférica, o personagem encontra vizinhos receptivos e, a partir das histórias deles, o enredo se desenrola.
Até dia 10 de fevereiro, artistas interessados em compor o elenco podem se inscrever para testes. “Queremos revelar nomes e formar um polo de produção de espetáculos musicais aqui no Ceará”, projeta o produtor.
Serviço
Seleção de atores para o musical Avenida Q Inscrições: Até 10 de fevereiro.
Site: www.avenidaq.com/
Inscrições gratuitas
